Fiz dois layouts para esta capa: um para cada imagem que me foi enviada pela editora. Além da capa, me foi pedido para fazer o verso de capa com as capas dos discos de forró. Este primeiro estudo levou cerca de 15 dias. Após esta etapa foram pedidos alguns ajustes na composição até chegarmos ao resultado final. Este processo levou por volta de 10 dias. A escolha da imagem de capa foi muito acertada e como disse anteriormente, partiu da editora. Procurei valorizar a imagem e integrá-la as informações textuais de modo harmônico. Criar uma boa capa de livro depende não somente do designer, mas também de bons editores e produtores gráficos que colaboram cada um com seu conhecimento para um resultado que seja satisfatório para todos.
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Como nasceu a capa
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Histórias de sanfona, suor e chamego
Abaixo, o release oficial do nosso livro, “O fole roncou! Uma história do forró”, que tem 472 páginas e chega às livrarias a partir do dia 19 de outubro. O lançamento em Brasília está previsto para o dia 10 de novembro, no shopping Casa Park.
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Desde que Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ensinaram ao Brasil como se dança o baião, nos anos 1940, a nossa música nunca mais foi a mesma. Ao baião, juntaram-se o xaxado, o coco, o arrasta-pé, o xote e outros ritmos nordestinos: assim nasceu o forró. Sete décadas depois, ele resiste como um dos mais autênticos gêneros musicais brasileiros, sobrevivendo a modismos, às bruscas mudanças do mercado fonográfico e ao desaparecimento de alguns dos principais representantes.
A partir de mais de 80 entrevistas e documentos inéditos, “O fole roncou! Uma história do forró”, dos jornalistas Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues, reconstitui a trajetória desse estilo musical, por meio de episódios marcantes da vida artística e pessoal de nomes como Gonzagão, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda, Anastácia, Antonio Barros, Elino Julião, Jacinto Silva, Abdias, Trio Mossoró, entre muitos outros.
“Gonzaga e Jackson são os nomes mais famosos, os que já foram biografados e estudados em livro; mas a história do forró é tecida pela vida e obra de centenas de músicos de enorme talento e pouca visibilidade, que o encorparam e sustentaram como a principal expressão musical dos nordestinos”, lembra o paraibano Braulio Tavares. Escritor e compositor, Braulio assina a orelha do livro, do qual destaca a clareza e angência da narrativa.
Em 470 páginas, os autores percorrem dos anos 1930 à primeira década do século 21 e ressaltam ainda a importância de artistas como Elba Ramalho, Alceu Valença e Fagner na continuidade dessa história, desdobrada nos últimos anos com o surgimento, no Ceará, do forró eletrônico e do forró universitário, em São Paulo, também registrados no livro.
O impacto da migração nordestina na identidade cultural brasileira serve como pano-de-fundo da narrativa, pois muitas letras são autênticas crônicas do dia-a-dia dos nordestinos que deixaram a sua terra. Casos engraçados e dramáticos se alternam com episódios sombrios (a perseguição da censura nos anos 1970 aos compositores de letras de duplo sentido, pela primeira vez revelada em livro) e com a gênese de sucessos como “Procurando Tu”, “Eu só quero um xodó”, “Severina Xique-Xique” e “Danado de bom”.
Em linguagem acessível, os autores revelam facetas menos conhecidas de músicos, cantores e compositores com algo em comum, além da origem e do talento: a capacidade de superação diante de adversidades naturais, econômicas e sociais. Enriquecido com fotos preciosas de arquivo e manuscritos originais de letras conhecidas, “O fole roncou!” reúne histórias de sanfona, suor e chamego, protagonizadas por expoentes da música brasileira popular e contadas no ritmo contagiante dos gigantes do forró.
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Ah, a capa do livro, reproduzida acima, é de Rafael Nobre, da Babilonia Cultura Editorial, a partir da xilogravura “Forró sertanejo”, do pernambucano J. Borges.
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